PENSAR A INFIDELIDADE NO ESPAÇO CLÍNICO: UMA LEITURA FENOMENOLÓGICOEXISTENCIAL ANCORADA NOS MARCADORES DE RAÇA E GÊNERO
Palavras-chave:
traição, ressentimento, exstencialismo, psicologia clínicaResumo
Este estudo teórico-reflexivo analisa a infidelidade em relacionamentos amorosos sob uma perspectiva fenomenológica-existencial. Como disparador temático, utilizou-se a música “Resentment”, da cantora norte-americana Beyoncé, tensionando como a traição afeta a tonalidade afetiva geral, a compreensão do eu e dos outros, bem como as noções de passado, presente e futuro na experiência de quem foi traído. Nessa reflexão, a interseccionalidade de gênero e raça é considerada, reconhecendo a complexidade das dinâmicas de poder e opressão que podem estar presentes. Enfatiza-se a necessidade de abordar a infidelidade e suas repercussões de forma mais inclusiva na formação de terapeutas e na prática clínica, reconhecendo a importância das complexas dinâmicas de poder, identidade e raça que podem estar presentes nessas experiências. Além disso, enfatiza-se a potencialidade da linguagem artística na reflexão sobre questões filosóficas e existenciais no espaço clínico. Sugere-se a necessidade de mais pesquisas teóricas e empíricas sobre o tema, bem como estudos que explorem mais profundamente as questões da lógica colonial e sua influência nas vulnerabilidades existenciais em relacionamentos afetados pela infidelidade.