PREOCUPAÇÃO, ANGÚSTIA, SOFRIMENTO – INSTIGAÇÕES HEIDEGGERIANAS PARA A PRÁXIS DA GESTALT-TERAPIA
Palavras-chave:
Gestalt-terapia; Fenomenologia; Preocupação; SofrimentoResumo
Pretende-se nesse artigo veicular os conceitos de preocupação, angústia e sofrimento presentes na fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger, a partir da obra Ser e tempo (2006) e cotejá-los com princípios fundamentais da Gestalt-terapia, de modo a subsidiá-la com a possibilidade de um diálogo profícuo oriundo da analítica existencial do Dasein, momento prévio de elaboração da ontologia fundamental, quando o filósofo da Floresta Negra pretendeu esclarecer o quem do ente privilegiado capaz de refletir sobre o sentido e significado do ser, esquecido pela tradição filosófica como tema imprescindível à intuição das essências já prenunciada desde o aparecimento dos fenômenos em um de suas infinitos modos de aparecer. O diálogo entre ciência e filosofia sempre se fez imperioso para a consolidação do conhecimento racional e de rigor, sobretudo quando advindo de meras experimentações muitas vezes não acompanhadas do aporte de uma crítica epistemológica, tal como se deu quando da constituição da abordagem gestáltica e seu rechaço à cientificidade, típica da rebeldia do "mestre profundo e desconcertante". Preserva-se nessa aproximação e busca de similitudes, a manutenção de cada dessas fontes de saberes, a filosofia e a ciência, em que mutuamente se instigam com vistas ao seu desenvolvimento e atualização, distanciado do incabível equívoco de se filosofar a ciência ou de se cientificizar a filosofia.