SUICÍDIO ENTRE JOVENS KARAJÁ: UM NAUFRÁGIO NO OCEANO DA GLOBALIZAÇÃO?
Palavras-chave:
Suicídio; População Indígena; Anomia Social; Existencialismo; Qualidade de vidaResumo
Este artigo objetiva descrever, analisar e discutir aspectos do contexto biopsicossocial de populações indígenas da etnia Karajá relativos à onda de suicídios entre seus jovens nos últimos anos. Trata-se de um estudo bibliográfico exploratório no qual se observa a problemática do suicídio desses jovens nominalmente correlacionada a dois fenômenos: o primeiro, seria o anseio dos jovens indígenas pelos bens e estilos de vida da sociedade ocidental contemporânea e a subsequente frustração da realização desses desejos; o segundo, a prática de feitiçaria, que se ancora nas cosmologias tradicionais desses povos. Este estudo analisa os registros dessa problemática na literatura específica e propõe uma discussão a partir do diálogo com a teoria sociológica de Émile Durkheim sobre o suicídio; com as ideias de Viktor Frankl, que relacionam o suicídio à questão existencial do sentido da vida; e com a filosofia do Bem Viver, filosofia tradicional dos povos indígenas. O artigo busca chamar atenção à problemática do suicídio entre os jovens indígenas da etnia Karajá e sugere uma estratégia globalizante que fortaleça as ações de enfrentamento realizadas pelos órgãos governamentais e outros.