CARL ROGERS E EMMANUEL LÉVINAS: CAMINHOS ÉTICOS NA ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
Palavras-chave:
Abordagem Centrada na Pessoa; Emmanuel Lévinas; ÉticaResumo
A ética do filósofo Emmanuel Lévinas (1906-1995) possui implicações diretas à psicologia, especialmente no que condiz ao status do Outro em relação ao Eu, enfatizando-se a importância dessa filosofia para a psicoterapia. Dentre os vários modos de se fazer psicoterapia, destacamos a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), da qual resultam consequências nas relações interpessoais e sociais. Contudo, muitas vezes, a dimensão ética da ACP parece passar despercebida. Assim, intentou-se refletir sobre possíveis implicações da ética de Lévinas para a abordagem, caracterizada por sua abertura à experiência, respeito à autonomia do paciente e ênfase na relação terapêutica. Conclui-se que a ACP evolui ao pensar mais amplamente o sujeito e que cada cliente é um Outro para o psicólogo, também encontrando no profissional um Outro. Propõe-se a terapia grupal como ambiente propício à alteridade, em que a psicoterapia também se depara com o Infinito, transcende a relação dual e evoca a figura do Terceiro, parte primordial da vida, em suas relações. Por fim, interrogamos: em uma abordagem tão centrada na pessoa, haveria espaço para a alteridade?